1Esta primeira edição em 2023de Confins, , é a ocasião para fazer um balanço do ano passado, mas primeiro gostaríamos e compartilhar boas notícias com nossos leitores: em sua Classificação de periódicos 2017-2020 que é válida até que uma nova avaliação seja feita no final do atual quadriênio, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superio)r classificou nossa revista em A1, a primeira categoria, em toda uma série de campos (figura 1).

2Este é um reconhecimento importante, uma vez que ela, como Fundação do Ministério da Educação (MEC), tem como missão a expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil. Para esse fim, entre outras tarefas, ela publica regularmente Qualis Periódicos, um sistema usado para classificar a produção científica dos programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos. Ele afere a qualidade dos artigos e de outros tipos de produção, a partir da análise de qualidade dos veículos de divulgação, ou seja, periódicos científicos.

3Todas as revistas às quais artigos foram submetidos por acadêmicos sediados no Brasil estão classificados em categorias que vão de A1 até B5 e C, os resultados completos estão disponíveis no seguinte endereço:

4https://sucupira.capes.gov.br/​sucupira/​public/​consultas/​coleta/​veiculoPublicacaoQualis/​listaConsultaGeralPeriodicos.jsf La figure 1 montre son classement, tirée de ce site.

5A figura 2 mostra o número de páginas vistas em 2022, como dado pelas estatísticas da AWStat, aquela que a OpenEdition tem fornecido até agora. Ela confirma as tendências dos anos anteriores, com predominância do Brasil e secundariamente da França, o que é bastante normal para uma revista franco-brasileira, mas é preciso notar que esse número é agora maior nos Estados Unidos do que na França. Outros países das Américas, Europa e África Ocidental de língua francesa e portuguesa seguem, tanto em números absolutos como em proporção da população. As áreas mais fracas são a África Oriental e a Ásia, mas os países onde a revista não teve leitor são, além das ilhas caribenhas e do Pacífico (com apenas algumas dezenas ou na melhor das hipóteses centenas de milhares de habitantes), Sudão, Iêmen, Coréia do Norte, Eritréia e Timor Leste, países que, convenhamos, estão numa situação difícil que provavelmente não permite que seus habitantes tenham muito tempo para ler Confins.

6No entanto, esse será o último mapa produzido usando essa fonte estatística, já que a OpenEdition decidiu usar outra, a Matomo, que dá muito mais informações do que apenas o número de páginas vistas, como o número de visitantes, o número máximo de ações em uma visita, ou o tempo total gasto pelos visitantes.

7Os dados não são, portanto, diretamente comparáveis entre os dois sistemas, mas tentamos torná-los o mais próximos possível durante o curto período em que estiveram disponíveis simultaneamente, no final de 2022: as figuras 3 e 4 mostram que, grosso modo, a distribuição dos leitores da revista pelo mundo continua mais ou menos a mesma.

8Vários dos artigos do número 58 enfocam Minas Gerais: é fortuito que vários textos referentes a esse Estado tenham chegado simultaneamente, após avaliação: “O acesso ao saneamento básico domiciliar em Minas Gerais: uma análise das desigualdades regionais”, de Gustavo Henrique Cepolini Ferreira, Daniel Ladeira Almeida, Deyvison Lopes de Siqueira e Rik Ferreira Alves, depois “O recuo do espaço público e suas conseqüências”: uma perspectiva da cidade de Ituiutaba (MG)", de Lucas Alves Pereira e Antonio de Oliveira Jr e “As desigualdades de acessibilidade às oportunidades cotidianas na Região Metropolitana de Belo Horizonte”, de Eugênia Viana Cerqueira e Alexandre Magno Alves Diniz. Pelo menos essa coincidência nos deu a ocasião de colocar na capa desta edição uma fotografia do aeroporto de Belo Horizonte que leva o mesmo nome de nossa revista, Confins.

9Os artigos seguintes são sobre a grande São Paulo, “Vidas no sufoco nos transportes na pandemia: um App de mapeamento colaborativo para alerta de lotação na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)”, de Ricardo Barbosa da Silva, ou são de âmbito nacional mais amplo no que diz respeito à “Resgatando a Política Nacional de Ordenamento Territorial. Iniciativas no período de 2015 a 2021”, de Cintia de Souza Alves. Seu espaço de referência é mesmo internacional no caso da “A natureza como interpelação nos livros didáticos de geografia nos Estados Novos (Brasil e Portugal, 1929-1946)”, de Rogata Soares Del Gaudio e Doralice Barros Pereira, ou toda a produção científica sobre um determinado tema no caso da “Avaliação dos fatores que influenciam na percepção de risco de inundação: uma revisão sistemática de pesquisas empíricas”, de Murilo Noli da Fonseca, Carlos Mello Garcias e Luciene Pimentel da Silva.

10Como o dossier organizado por Alexandre de Paiva Rio Camargo (IUPERJ/UCAM), Claudia Damasceno (EHESS/CRBC) e Hervé Théry (CNRS-USP) será publicado simultaneamente em francês na(s) revista(s) Brésil(s) e em português na revista Confins, optamos conjuntamente por adiar um pouco a última para sincronizá-lo com a primeira, que está prevista para o início de junho de 2023.

11Os “registros de pesquisa” são bem diferentes desta vez, pois o primeiro se relata uma viagem muito concreta, “Mato Grosso do Sul na rota, uma análise em imagens”, de Ana Paula Camilo Pereira, Rafael Oliveira Fonseca, Mateus Boldrine Abrita, Daniel Amorim Souza Centuriao, Angelo Rondina Neto, Rafaella Stradiotto Vignandi e Guilherme Espindola Junior, enquanto o outro explora as fronteiras entre dois campos científicos, “Entre Fronteiras: A Emergência da Psicologia Política da Ação Pública como campo Interdisciplinar”, de Alessandro Soares da Silva.

12As “Imagens comentadas” cobrem também espaços diferenciados, novas publicações estatísticas do IBGE, para “Áreas urbanizadas” e “Localidades”, e o espaço muito concreto de uma pequena comuna bretã para “Goulien, entre o mar e o interior: paisagens de uma geografia contrastante no Cap Sizun”.

13A rubrica “Solstícios e equinócios” inclui dois textos, “Nasceres do Sol no Brasil”, de Mateus de Almeida Prado Sampaio, e “Novas imagens do Amapá”, de Claire Weishar, apresentando fotografias de Jadson Porto tiradas exatamente na linha do Equador ou no “Stonehenge brasileiro”.

14A “crônica do campo”, de Wanderley Messias da Costa, “Os Temporais e a Catástrofe em São Sebastião - SP no Carnaval de 2023”, relata o desastre que atingiu o litoral norte de São Paulo no início deste ano, As resenhas incluem "De homo sapiens à turistas culpados pela pandemia” de Eustogio Wanderley Correia Dantas e “Cidades e história no Brasil, ensaios em análise rítmica” de Laurent Vidal, complementados por “A Geografia dos primeiros povos da terra: reflexões a partir do Atlas Historique Mondial, de Christian Grataloup”.

15Por último, tomamos nota da chegada agrupada de toda uma série de traduções para o português de artigos inicialmente publicados em francês, graças à nossa colaboração com o mestrado em tradução da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Todos eles estão disponíveis na seção “Complementos” criada para receber todas essas traduções, por ano, no seguinte endereço: https://journals.openedition.org/​confins/​50599

16Há oito artigos traduzidos, com links para o artigo original:

17- “O mapa do metrô de Paris revisitado”, de Gustave Fulgence, tradução de Barbara Maria da Silva, Felipe Rodrigo de Camargo Alves, Gabriela da Costa Franarin, Maria José Cecília Cardoso e Thiago da Silva Prusokowski.

18- “Circulação, consumo mundial de carne e obesidade: coincidências ou co-incidências?”, de Hervé Théry e Patrick Caron, tradução de Julia Martins Pinheiro.

19- “Entre duas águas: correntes terapêuticas franco-brasileiras no processo de balnearização do Rio de Janeiro”, de Antoine Huerta, tradução de Julia Martins Pinheiro.

20- “Dinâmicas contemporâneas da migração africana e haitiana para o Brasil”, de Elie de Montalembert, tradução de Juliana Marschal Ramos

21- “A expansão do setor sucroenergético em território indígena no sul de Mato Grosso do Sul-Brasil", de Marine Dubos-Raoul, tradução de Victoria Fachinello Argenta.

22- “A geografia e a questão regional: o complexo geográfico entre regionalização e internacionalização do espaço”, de Raimundo Nonato Junior, tradução de Rodrigo Machado Mahfuz.

23- “Fronteira interna e frente pioneira: o caso de Guayana (Guiana da Venezuela)”, de Anne Péné-Annette, tradução de Débora Fialho Goulart

24- “Contribuições dos Planos de Mobilidade Urbana Sustentável na França e no Brasil para a inclusão social”, de Laura Machado, Livia Salomão Piccinini, Elisabete Arsenio e Odile Heddebaut, tradução de Victoria Fachinello Argenta

25Todas essas traduções foram revisadas e validadas por Patrícia Reuillard, da UFRGS.

26Boa leitura a todos e todas