- 1 Atividades de Bruno Pereira e Dom Phillips eram legais, ao contrário do que diz post. Folha de São (...)
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- 3 Indigenista e repórter foram mortos com tiros de arma de caça, afirma PF. Isto é Dinheiro, 19 jun. (...)
1Em 5 de junho de 2022, na Terra Indígena do Vale do Javari, situada na parte oeste do estado do Amazonas, foram assassinados brutalmente o indigenista brasileiro Bruno Pereira, servidor licenciado da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), e o jornalista inglês Dom Phillips, que colaborava com diversos jornais no exterior, como o The New York Times, The Guardian e The Washington Post1. Nascido em Recife, Pernambuco, Bruno Pereira tinha 41 anos e deixou esposa e três filhos; ele já recebia ameaças por ajudar a proteger os grupos indígenas da região de traficantes de drogas, garimpeiros ilegais, madeireiros e caçadores, numa terra vista como área de expansão da acumulação capitalista. Por sua vez, Dom Phillips tinha 57 anos, vivia no Brasil desde 2007 e também deixou viúva a brasileira com quem era casado. O jornalista estava na região do Vale do Javari pesquisando para o seu futuro livro sobre desenvolvimento sustentável, cuja previsão de lançamento seria o final do ano de 2022 e pelo qual havia recebido uma bolsa da Fundação Alicia Patterson2. Pereira foi baleado três vezes, uma na cabeça e duas no tórax, e Phillips uma vez, no peito. Em nota, a Polícia Federal informou que os disparos contra Bruno Pereira e Dom Phillips foram feitos com munição típica de caça3.
- 4 Disparos de armas de caça mataram Bruno Pereira e Dom Phillips, aponta perícia da PF. Portal Yahoo, (...)
2Aprendemos com José Claudio Souza Alves (2019), que tem estudado diuturnamente a violência urbana (especialmente na Baixada Fluminense), o quão importante é não suavizar as palavras e os tristes fatos na escrita acadêmica: se o léxico brutal da violência – tortura, seviciamento, execução, extermínio, chacina, dilaceramento, milícia – já não impacta os moradores das periferias do país por estarem presentes em seus cotidianos, o mesmo vocabulário deve ser empregado para causar desconforto naqueles que estão protegidos pelo aparato de segurança de Estado nos grandes centros. Afinal, os dois ambientalistas foram mortos com múltiplos balins – chumbinhos presentes em cartuchos de espingarda4 –, por defenderem populações indígenas e se predisporem a fazer reflexões analíticas acerca do desenvolvimento sustentável.
3É impossível para alguém que se dedica a pesquisar a história, as inflexões geopolíticas e geoeconômicas e o diapasão territorial do desenvolvimento sustentável não se identificar, se emocionar e se revoltar com a barbárie que combina retrocessos ambientais e beligerância institucional do Brasil atual. Historicamente, nosso país sevicia e chacina ambientalistas, como ocorreu nos tristes assassinatos do seringueiro, sindicalista e líder ecologista Chico Mendes, em 1988, e da missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang, em 2005. Mas, em tempos de desenvolvimento ilimitado-avassalador (OLIVEIRA, 2019) e com o notório enfraquecimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), FUNAI e de outros órgãos governamentais (MELLO-THERY, 2019), houve um “empoderamento dos criminosos” (MENEZES, 2022), deflagrando sem quaisquer obstáculos o vilipêndio da natureza, o avanço das fronteiras da acumulação capitalista sobre a floresta e a opção pela extração violenta em lugar da preservação. O projeto vigente no Brasil não é simplesmente antiecológico, mas de morte, da natureza e dos opositores do regime.
4Não poderia ser mais simbólica a data dos assassinatos. Exatamente em 5 de junho de 1972 – portanto, 50 anos antes das mortes de Pereira e Phillips –, ocorreu na Suécia a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, reunindo delegações diplomáticas de diversos países para debater a questão ambiental. A Conferência de Estocolmo propiciou a criação do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA, com sede em Nairóbi, Quênia) e a assinatura da Declaração de Estocolmo e do Plano de Ação para o Meio Ambiente Humano, e estabeleceu justamente o dia 5 de junho com Dia do Meio Ambiente em âmbito internacional. São também 30 anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro (a Eco-92), 20 anos da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Johanesburgo, 2002), e ainda 10 anos de realização da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Talvez devêssemos estar celebrando os avanços dos debates acerca da questão ambiental, mas acabamos de atravessar uma década perdida em relação ao meio ambiente, que se iniciou com o rescaldo de uma profunda crise econômica, a Crise Financeira de 2007-2008, oriunda da Crise dos Subprimes, nos Estados Unidos, e se encerrou com o alastramento mundial da covid-19, a maior pandemia da história, que mostrou o quanto a devastação florestal é um anátema ecológico-sanitário capaz de descapsular problemas jamais imaginados (OLIVEIRA, 2022). Não há exatamente motivos para celebração.
- 5 Com a licença de Milton Santos, 2002 (1996), de quem também utilizamos as expressões “viscosidade” (...)
5Em nossos recentes esforços de investigação, temos reforçado o quanto o processo de industrialização nas periferias metropolitanas do Rio de Janeiro – nosso empírico privilegiado – tem se revelado um importante laboratório político, econômico e ambiental do modelo. Fábricas quartelizadas e pátios condominiados de logística se instalaram nas bordas da região metropolitana fluminense e significaram verdadeiras lições de uma geografia econômica específica, diferente e muito contundente: commodities (como o minério de ferro), confecção de produtos industriais e mercadorias circulantes com cifras robustas se movimentam num potente e fluído circuito de capitais internacionais libertos da viscosidade das populações pobres, alijadas do modelo de desenvolvimento empreendido. São restritas as ofertas de empregos e duras e inflexíveis relações de trabalho, mas que obrigam os trabalhadores a enfrentarem a fragilidade, a imperícia e o desprezo do transporte público, incapaz de integrar até mesmo os bairros próximos e as cidades vizinhas; enquanto isso, as rodovias produtivas – o Arco Rodoviário Metropolitano é o exemplo mais significativo –, ferrovias de carga e grandes berços portuários são escoadouros de riquezas em ritmo alucinante. Ao mesmo tempo que poluem a atmosfera, as águas fluviais e marinhas e o solo e impactam severamente em áreas outrora predominantemente reservadas à agricultura familiar e de preservação ambiental, os novos empreendimentos criam suas agendas de sustentabilidade, com educação ambiental estandardizada nos manuais internacionais aplicadas para os homens e mulheres “lentos”5 do entorno e ações de greenwashing combinadas com a adequação ecológico-produtiva de suas plantas (OLIVEIRA, 2015 e 2020).
6Assim como a riqueza, o transporte e a proteção ambiental são seletivos, não poderia ser diferente em relação à segurança. O advento do neoliberalismo nas periferias metropolitanas não somente não rompeu com o signo do usufruto da violência na política, como a aperfeiçoou e modernizou. A consolidação das periferias como novas fronteiras econômicas e políticas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, progressivamente tratada como centralidade no desenvolvimento fabril e terreno estratégico para o crescimento produtivo do estado, permitiu que a segurança pública se transformasse em segurança patrimonial. As vidas humanas têm diferentes etiquetas de preço e certamente a grande oferta de habitantes periferizados, espacialmente cercados de áreas de geração de grandes riquezas, torna ainda suas vidas menos valiosas aos olhos do poder público. Jamais devemos esquecer que as engrenagens do neoliberalismo combinam perfeitamente com autoritarismo e violência (HARVEY, 2008[2005]). Todo trabalho de campo é, nessa situação, uma perigosa aventura.
7A militarização do espaço urbano é um processo de reorganização das cidades neoliberais (BARBOSA FILHO, 2021). O processo não é restrito à ação de grupos militares – em grande parte, protagonistas –, mas também é operado por diversos indivíduos da sociedade civil através da disseminação de uma doutrina securitária, que transforma todos os espaços em potenciais “campos de batalha” e articula diferentes dimensões cotidianas de vigilância, repressão, controle e consenso. Nesse cenário, vivemos sob a vigência de um estado de exceção (BOTELHO, 2020) in omni tempore, com as periferias se configurando em verdadeiras “áreas de guerra”.
- 6 Para uma crítica à impressão de que a abertura de lojas de rede e franquias são sinais de prosperid (...)
8A chegada de novas indústrias e modernas instalações de armazenamento fabril e translado de produtos, a construção de shopping centers e a abertura de franquias e lojas de rede6, a emersão de condomínios-esconderijos das classes médias e a inauguração e reforma de rodovias, ferrovias e grandes portos para o setor produtivo, como bem sabemos, não ocasionam melhor distribuição dos recursos nem rompem com o desenvolvimento urbano-econômico concentrador e excludente; todavia, a instalação dos grandes empreendimentos é capaz de reforçar o terror institucional que, sob o epíteto da modernidade, sedimenta práticas violentas de controle do espaço.
- 7 Trata-se de nossa livre tradução de: “Although Schoenberger (2003) argued that the need to address (...)
9Nós temos acompanhado com atenção o debate sobre a emersão da “Geografia Econômica Ambiental” (Environmental Economic Geography, EEG, mas que trataremos como “GEA”, respeitando o nosso idioma pátrio), em boa parte produzido inicialmente por pesquisadores do Reino Unido, mas atualmente já bastante abrangente. A princípio, os estudiosos da GEA, movidos pela necessidade de pesquisas sobre a interação entre as atividades econômicas humanas e o meio ambiente, atrelaram a questão ambiental as suas investigações por meio de um vocabulário muito próximo ao da firma: externalização de custos ambientais, governança externa, inovação tecnológica, escala organizacional, fatores de influência, externalidades ambientais negativas, preços de mercado, regulamentação, evolução institucional, mecanismos evolutivos sinérgicos, eficiência verde, entre muitos outros (HE et. al., 2022). Erica Schoenberger (2003, apud GIBBS, 2006, p. 194) argumenta, com razão, que “resolver os problemas ambientais em muitos desses países abriu oportunidades para consultorias ambientais e fabricantes de controle de poluição em uma nova forma de ‘rearranjo espacial’ [spatial fix7] do capitalismo”.
10Gavin Bridge (2008) assevera que, após a virada neomarxista na geografia econômica no final da década de 1970, a GEA se tornou uma tentativa de tratamento de questões de mudança ambiental, degradação de recursos e ascensão da política ecológica. Ao invés de negligenciar a questão ambiental ou relegar os debates para os últimos capítulos dos livros de Geografia Econômica, o autor assegura a importância de se fazer um exame minucioso pela geografia econômica dos fenômenos ambientais contemporâneos.
11Nesse sentido, David Gibbs (2006) destacou que as questões ambientais permanecem comparativamente pouco pesquisadas na Geografia Econômica, apesar da grande importância atual pela globalização do processo de modernização ecológica, que entendemos como um ajuste de ordem técnica entre produção econômica e proteção ambiental. Há para o autor série de razões para que os geógrafos adotem uma agenda ambiental de investigações: [1] estamos passando por grandes mudanças ambientais como consequência das atividades humanas, e as mudanças climáticas e no nível do mar, a perda de biodiversidade, o desmatamento e a destruição do habitat de várias espécies provavelmente terão fortes implicações para as atividades econômicas futuras; [2] as principais causas de muitos problemas ambientais são produzidas por setores que têm sido amplamente estudados pelos geógrafos econômicos, como o automobilístico e sua contribuição para as emissões de carbono ou os setores de alta tecnologia presentes no Vale do Silício proporcionando condições de trabalho insalubres; o próprio veloz crescimento das economias asiáticas têm impactado a qualidade da água e do ar, a perda de habitats e ampliado a extração mineral; e [3] o estudo das questões políticas, pois se tornou impossível desconsiderar a crescente importância política da questão ambiental e a incorporação de objetivos de sustentabilidade em todos as escalas espaciais para vincular resultados econômicos, ambientais e sociais. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), frutos do documento da ONU intitulado “Transformando nosso mundo: a agenda de 2030 para o desenvolvimento sustentável”, são propostas ambientais, mas eminentemente políticas, econômicas e sociais a serem adotados em escala planetária, ainda que articulados especialmente a partir das realidades dos países mais ricos.
- 8 No artigo citado, os autores contabilizaram os artigos relacionadas à GEA usando os bancos de dados (...)
12Por seu turno, Canfei He, Shuqi He, Enyi Um e Jian Peng (2022) demonstraram que o número de pesquisas em GEA cresceu rapidamente nas últimas três décadas em número de artigos publicados em periódicos. Segundo levantamento dos autores8, antes de 2001, foram publicados um total de 79 artigos relacionados à temática, principalmente com foco em discussões teóricas, pensando na perspectiva da ecologia e da economia política; entre 2002 e 2010 houve rápido crescimento, com um total de 221 artigos publicados, discutindo-se desde a relação entre aglomeração industrial e poluição ambiental, bem como o impacto dos processos de globalização no meio ambiente; por fim, de 2011 à 2021, foram publicados 755 artigos, tratando de muitos temas correlatos, com destaque para mudanças climáticas, sustentabilidade e governança.
13Se Roger Hayter (2008) argumenta que a GEA permite a análise das estruturas institucionais regionais, o remapeamento das dinâmicas de uso da terra e o desenvolvimento de cadeias de valor inovadoras e sustentáveis, com a proposição de políticas que compensem as tendências destrutivas e desiguais do capitalismo, Gavin Bridge (2008) pondera que a GEA deveria se esforçar para ser significativamente mais do que isso, com o desenvolvimento de um projeto intelectual mais abrangente, que seja capaz de vislumbrar: [1] a investigação da maneira como os processos ambientais estruturam, influenciam ou interrompem a tomada de decisões econômicas – e aqui o autor reforça que “há um longo histórico de fazer isso na ecologia política do terceiro mundo”; [2] a análise de como os processos econômicos e seus resultados produzem mudanças nas condições ambientais que são significativas para a subsistência das pessoas – e o autor recupera a concepção de justiça ambiental e o “acesso a bens ambientais críticos” pelos mais pobres; e [3] o exame de como as formas de “governança ambiental” se relacionam com a reestruturação das relações econômicas e com a produção de condições que favorecem os interesses dominantes – o autor reforça que isso requer considerar questões de hegemonia, formas de conhecimento, conceitos de valor e a produção de relações político-econômicas específicas em prol de agendas dominantes.
14Consideramos importante a sinalização de Gavin Bridge. Há poucos anos, quando participamos de um evento acadêmico na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, uma pesquisadora apontou que a Alemanha se preparava para ter sua frota de transporte coletivo integralmente movida a energia elétrica até 2030, em consonância aos 17 ODS anteriormente citados. Todavia, quando recebemos também há pouco um pesquisador indiano em missão de pesquisa nas instalações do Instituto de Geociências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro-Seropédica, ele reforçou em sua conferência que na Índia cerca de 750 milhões de pessoas não têm acesso a banheiros ou rede de esgoto, e que boa parte dos habitantes do país não têm sequer condições financeiras de adquirir os mais básicos itens de higiene pessoal.
- 9 Este fenômeno de imposição desproporcional dos riscos ambientais sobre as populações mais vulneráve (...)
15Há uma diferença abissal de ritmos, espacialidades, impactos, interesses, políticas, agentes envolvidos e percepções entre os centros (seja na escala-mundo, seja nas escalas nacional, regional ou urbana) e as periferias (seja na escala-mundo, seja nas escalas nacional, regional ou urbana). A Geografia Econômica Ambiental, nas periferias do mundo, exige uma interpretação severa da relação sociedade-natureza, e o diálogo com a Ecologia Política permite a construção permanente de um pensamento crítico com reverberação política, para lembrarmos os ensinamentos de Enrique Leff (2001 [1998]). Afinal, stakeholders, munidos dos objetivos das mais fortes organizações empresariais, já constroem a estratégia discursiva dominante, que dilui ideologicamente os reais ou potenciais conflitos em prol do fantasmagórico discurso de cooperação (ACSELRALD, 2021), sob o manto do gerenciamento ou da simples compensação. Entender, sob a perspectiva dos periferizados, o significado de desenvolvimento sustentável, responsabilidade socioambiental, compensação ambiental, preservação ecológica, poluição e outros termos, é um importante exercício analítico, bem como reconhecer o impactos socioambientais da instalação de fábricas – muitas vezes com comportamentos diferentes nas filiais implantadas nas áreas invisíveis aos olhos dos grandes centros – , dos meios de armazenagem, translado e entrega de produtos, dos aportes infraestruturais e das condições de vida dos trabalhadores e moradores do entorno9.
- 10 Nos referimos especialmente aos impactos da estrutura do Porto Sudeste, voltado à exportação exclus (...)
16Não nos esqueçamos: os mais afetados, inicialmente, pela transformação da Ilha da Madeira, em Itaguaí, no extremo oeste da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em uma verdadeira fortaleza portuário-industrial10 são os seus habitantes, de vidas simples, baseadas nos poucos proventos oriundos do turismo local ou nas atividades pesqueiras. Muitas vezes, assim como somente quem está na luta cotidiana junto aos povos indígenas amazônicos conhece de fato as dores da atual política de violência institucionalizada, somente os moradores vizinhos aos grandes empreendimentos entendem perfeitamente o verdadeiro sentido cotidiano do vocabulário empresarial e do modelo de desenvolvimento sustentável aplicado pelas grandes corporações.
17Nossos agradecimentos aos professores Felipe Ramão, pela leitura crítica da prévia do manuscrito; Guilherme Ribeiro, pelas dicas preciosas de formatação em traduções livres; e Maurilio Botelho, pelos esclarecimentos sobre a militarização do espaço urbano. Esta análise é parte integrante do projeto Ecologia Política, reestruturação territorial-produtiva e desenvolvimento sustentável: implicações nas periferias metropolitanas, agraciado com Bolsa de Produtividade em Pesquisa, Nível 2, CNPq.