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A geografia ibero-americana no contexto contemporâneo: um balanço crítico Vol.1 e Vol.2 [Livro]

Horacio Capel, Floriano Godinho de Oliveira, Eveline Algebaile, Miriam Zaar, Regina Tunes e Thiago Rodrigues

Texto integral

Capa

Sobre os livros

1Os volumes 1 e 2 de A Geografia Ibero-Americana no Contexto Contemporâneo: um Balanço Crítico são resultados dos debates e reflexões promovidos durante o XVII Colóquio Internacional de Geocrítica, realizado entre os dias 06 e 11 de maio de 2024, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Todos os trabalhos aceitos nas 13 mesas realizadas no evento, fazem parte dessas duas obras, que tiveram o objetivo de debater temas de destaque em colóquio anteriores e termas emergentes que estavam sendo tratados por membro do Grupo no contexto ibero-americano, resultando na seguinte organização temática:

21. Redes técnicas, indústria e território, visando debater as implicações territoriais da expansão e implantação de redes técnicas em territórios, ampliando as condições de circulação do capital nas escalas local e global. Esse debate envolve as redes de transportes, energias, telecomunicações, portuárias, de água e de esgotamento sanitário, dentre outras, considerando-se seus nexos com as atividades produtivas e suas implicações territoriais;

32. O ensino de geografia e a necessária complementaridade entre a pesquisa acadêmica e a inovação escolar, uma proposta com vistas a debater a formação docente e o ensino de geografia no contexto ibero-americano, destacando-se a relação que existe entre os problemas da vida cotidiana e os conteúdos escolares, bem como o desenvolvimento de metodologias que estudem problemas sociais relevantes para mostrar a utilidade do saber geográfico escolar;

43. Migrações e precarização do trabalho, buscando debater questões que envolvam precarização das condições de vida, assim como estratégias coletivas desenvolvidas como enfrentamento às múltiplas precarizações, expulsões e restrições impostas, tendo em conta temas que possam contribuir para a explicação geográfica das migrações e da organização social do trabalho no século XXI;

54. Geografia física crítica e injustiça ambiental em territórios ibero-americanos, uma proposta que enfatiza a superação do reducionismo associado ao desenvolvimento em separado (dicotômico) da Geografia Física e Humana, mostrando que os desastres socionaturais, as emergências climáticas e hídricas e a degradação das paisagens naturais contribuem para a ocorrência de eventos extremos que causam milhares de vítimas e enormes perdas materiais, aumentando os níveis de segregação e pobreza no campo e nas cidades;

65. Ecologia política, propondo, no mesmo sentido da mesa anterior, o debate sobre o quadro contemporâneo de financeirização, de dilapidação da natureza, de economia destruidora e de sustentabilidade corporativa que demanda a reflexão sobre alternativas capazes de propiciar um (re)encontro sociedade-natureza e outro desenvolvimento orientado pela construção de uma sociedade justa e equânime;

76. A ação humana e a mudança climática, mesa que, ainda tendo como eixo central a relação sociedade e natureza, buscou enfrentar o debate sobre o aquecimento global e o surgimento de desafios teóricos e aplicados que podem ser sintetizados na indagação sobre como frear/diminuir as mudanças climáticas;

87. Capitalismo digital, modelos de desenvolvimento e território, mesa voltada aos desafios conceituais, metodológicos e de planejamento territorial, envolvendo a identificação das formas mais desenvolvidas de sua manifestação, como as redes sociais, as plataformas digitais, as apps e a inteligência artificial, e os cenários emergentes desestruturantes, tanto para vivê-los como para estudá-los e compreendê-los, devido ao salto de escala, complexidade, profundidade e velocidade da metamorfose em curso;

98. Espaços vividos, espaços sentidos: afetos, atmosferas e práticas artísticas, mesa dirigida à discussão de referências analíticas que podem elucidar as experiências constitutivas dos nossos ambientes, desde os mais íntimos até os públicos, considerando como estes se entrelaçam com as práticas artísticas para moldar a nossa compreensão do mundo e contribuir com novas perspectivas para a compreensão da nossa relação com o meio;

109. O espaço urbano: a economia política do espaço, da cidade e da urbanização, mesa que buscou abordar, em uma perspectiva crítica, as conquistas, perdas, conflitos e contradições implicados no processo de produção do espaço urbano, tendo como premissa que a produção do espaço-mercadoria envolve uma multiplicidade de agentes, entre os quais o Estado capitalista e as diferentes frações do capital, as quais possuem diferentes hierarquias de poder e interesses;

1110. Transformações e permanências em espacialidades centrais das cidades: entre processos de gentrificação e lutas de movimentos sociais, destacando que as transformações urbanas contemporâneas nas espacialidades centrais das cidades vêm atingindo fortemente o cotidiano dos moradores e trabalhadores, muitas vezes inviabilizando a sua permanência e imprimindo processos de gentrificação;

1211. Fragmentação socioespacial e urbanização contemporânea, mesa cujo objetivo principal foi compreender como a lógica socioespacial fragmentária altera o conteúdo da diferenciação e das desigualdades, redefinindo práticas espaciais e, portanto, modos de realização e apropriação do espaço e do tempo cotidianos. Para aprofundar os temas sinalizados foram consideradas cinco dimensões empíricas a partir das quais o processo de fragmentação socioespacial pode ser analisado: habitação, trabalho, consumo, lazer e mobilidade.

1312. Indústria-mundo: as novas geografias dos sistemas produtivos, em que se destacou o fato de que as atividades industriais sofreram forte dispersão na escala mundial e promoveram transformações profundas na organização do trabalho, nos modelos produtivos, nas lógicas de competitividade e de cooperação empresariais e na reestruturação dos sistemas técnicos de distribuição e consumo;

1413. Vistas geocríticas da cidade e da paisagem, recuperando a revisão dos processos históricos de construção do espaço, como uma abordagem histórica nos Colóquios de Geocrítica., que refletem na estrutura e na forma das cidades, dos territórios e das paisagens.

15O Livro 1 é integrado por 33 textos que apresentam discussões sobre os 5 primeiros temas discutidos no evento. Na primeira seção, estão presentes 15 textos que discutem o tema da circulação do capital e das redes técnicas, enfatizando aspectos relacionados à infraestrutura e bases logísticas dos diferentes modais de transportes e de mobilidade urbana. Na seção seguinte, encontram-se textos relacionados ao ensino da Geografia, em particular sobre as novas tecnologias e a questão ético-racial como abordagens necessárias para a compreensão dos desafios presentes nos processos formativos. A terceira seção conta com 5 textos que tratam da relação entre migrações e precarização do trabalho, abordando os temas mais destacados no capitalismo contemporâneo, como as formas de contratação do trabalho por aplicativos e a superexploração do trabalho. A seção quatro trás 4 textos sobre a abordagem teórica e empírica da geografia física crítica, termo amplamente debatido na mesa relacionada ao tema, em que se destacam avaliações sobre o uso espoliativo do território e da natureza. Por fim, como última seção do primeiro volume, são apresentados 6 textos sobre ecologia política, com discussões sobre as formas de apropriação da natureza que intensificam a devastação do ambiente. É importante salientar a diversidade de objetos de pesquisa, de recortes territoriais e de abordagens metodológicas que esses textos apresentam, evidenciando, por um lado, a profusão e riqueza da produção científica iberoamericana da área e, por outro, o compromisso em produzir um conhecimento socialmente crítico e que permita a reflexão e análise sobre as problemáticas da realidade.

16O livro 2 apresenta mais 30 capítulos, formados por textos relacionados às mesas de 6 a 13 do evento. A seção 1, seguindo os passos das análises ambientais, é composta por 3 textos que abordam o tema das mudanças climáticas e da transição energética. A segunda seção conta com 3 textos que discutem aspectos relativos ao capitalismo digital, à plataformização das relações sociais e à organização de novas formas de trabalho e comércio. Segue a terceira seção de textos, com 5 artigos, em que os espaços vividos e sentidos através de afetos e produções artísticas são debatidos, destacando-se novos conceitos e formas de abordar o tema, por meio da noção de bem-viver. A seção 4 abre-se para o debate da questão urbana, em suas múltiplas faces, apresentando 2 textos, que discutem a economia política do espaço. Segue a seção cinco, com 5 trabalhos que apresentam diferentes análises sobre as áreas centrais das cidades, discutindo os processos de gentrificação e as lutas dos movimentos sociais. A seção 6 possui 4 textos com analises dos processos contemporâneos de fragmentação socioespacial e urbanização. Já a seção 7, com 2 textos, aborda elementos da geografia da indústria contemporânea e, fechando o volume, a seção oito apresenta 6 artigos que tratam de perspectivas geocríticas da cidade e da paisagem.

Referências

17A geografia ibero-americana no contexto contemporâneo [livro eletrônico] : um balanço crítico / organizado por Horacio Capel, Floriano Godinho de Oliveira, Eveline Algebaile, Miriam Zaar, Regina Tunes e Thiago Rodrigues. - Rio de Janeiro: Letra Capital, 2024.

18ISBN (Vol.1): 978-65-5252-085-2

19ISBN (Vol.2): 978-65-5252-086-9

20Volume 1 disponível em: https://coloquiogeocritica.com.br/​ebooks/​A-geografia-ibero-americana-no-contexto-contemporaneo-um-balanco-critico-vol-1.pdf

21Volume 2 disponível em: https://coloquiogeocritica.com.br/​ebooks/​A-geografia-ibero-americana-no-contexto-contemporaneo-um-balanco-critico-vol-2.pdf

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Para citar este artigo

Referência eletrónica

Horacio Capel, Floriano Godinho de Oliveira, Eveline Algebaile, Miriam Zaar, Regina Tunes e Thiago Rodrigues, «A geografia ibero-americana no contexto contemporâneo: um balanço crítico Vol.1 e Vol.2 [Livro]»Espaço e Economia [Online], 28 | 2025, posto online no dia 12 fevereiro 2025, consultado o 20 junho 2025. URL: http://journals.openedition.org/espacoeconomia/28809

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Autores

Horacio Capel

Professor Emérito da Universidade de Barcelona, ​​onde foi Professor de Geografia Humana. Foi professor visitante ou pesquisador em diversas universidades europeias e americanas e é Doutor Honoris Causa de cinco universidades: Universidade Nacional de San Juan, Argentina (1999), Universidade Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina (2002); pela Universidade de Buenos Aires (2010); pela Universidade de León (2018) e pela Universidade de Lleida (2019). Ele orientou mais de setenta teses de doutorado e um grande número de teses de graduação e artigos de pesquisa para o Diploma de Estudos Avançados (DEA). Suas publicações começaram em 1964 e, desde então, somaram centenas em periódicos científicos de uma dúzia de países. Suas obras podem ser lidas, publicadas originalmente ou traduzidas, em espanhol, português, inglês, catalão, italiano, francês e alemão.

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