Takeyuki Tsuda. Strangers in the Ethnic Homeland: Japanese Brazilian Return Migration in Transnational Perspective
Takeyuki Tsuda. Strangers in the Ethnic Homeland: Japanese Brazilian Return Migration in Transnational Perspective. Nova Iorque, Columbia University Press, 2003
Texto integral
1Há uns anos atrás, passeando-me em Asakusa, uma das municipalidades que constituem o Grande Tóquio, deparei com um placar coberto de balões coloridos onde se lia “Os Bárbaros”. Logo a seguir, um outro anunciava “O Cruzeiro do Sul”. Perplexo, fui perguntar e explicaram-me em português que tinha ido parar ao meio dos preparativos finais para o Carnaval Brasileiro de Tóquio. Umas horas depois, lá fui integrar-me à multidão de japoneses que assistia fascinada a um desfile – tão exótico para eles como para mim, mas por razões de ordem distinta.
2Não só a parada partia do recinto de um templo budista, como estávamos em pleno Agosto – pelo que nada disto tinha a ver com o calendário religioso cristão que marca o Carnaval do Brasil. Os participantes, porém, cantavam sambas em português fluente e vestiam-se e moviam-se como brasileiros. Em particular, as formas de vestir e de movimentar o corpo (e em especial das mulheres) eram claramente divergentes da população japonesa circundante. Foi assim que aprendi pela primeira vez da existência dos nikkeijin (descendentes de japoneses) brasileiros e do papel que desempenham num país onde a residência de estrangeiros nunca foi coisa simples.
3Durante as primeiras quatro décadas do século xx, como resposta a um processo acelerado de empobrecimento rural e de proletarização urbana, o governo japonês organizou a imigração das camadas sociais mais oprimidas para a América Latina. No Brasil, e particularmente no estado de São Paulo, a agricultura do café estava em plena expansão e recebeu avidamente várias centenas de milhares de trabalhadores. Uma geração mais tarde, estes japoneses constituíam uma das identidades étnicas mais importantes do estado de São Paulo, tendo efectuado uma rápida promoção social.
4A sua adaptação, contudo, não foi fácil. Não fazendo parte de um dos três pilares raciais que, ideologicamente, constituem a nação brasileira (índio, negro e branco), os “japoneses” sempre mantiveram uma forte convicção da sua especificidade étnica (e racial) no seio do Brasil. Aliás, a sua integração na nação brasileira foi um processo turbulento. Em especial, a reacção que estas populações tiveram à derrota do Japão na Segunda Grande Guerra foi bastante violenta, levando a manifestações de cariz quase messiânico e suicidário. O livro Corações Sujos recentemente publicado pelo jornalista Fernando Morais (2002), em que relata este processo a partir de um estudo dos arquivos policiais do estado de São Paulo, é particularmente informativo sobre um processo com contornos verdadeiramente fascinantes.
5Nos finais da década de 1980, os “japoneses” constituíam uma parte importante da classe média paulista. Contudo, as crises económicas e financeiras pelas quais o Brasil passou nesse período ameaçaram violentamente a posição de relativo conforto que estas famílias tinham conseguido atingir num lapso de duas gerações. Ao mesmo tempo, no Japão, o desenvolvimento económico rápido levava a uma falta crónica de mão-de-obra. Os salários pagos para trabalhar numa linha de montagem – o ponto mais baixo da escala socioeconómica japonesa – eram incomensuravelmente mais elevados que os auferidos pela classe média brasileira. Não vendo com muito bons olhos a importação de trabalhadores racialmente distintos, o governo japonês convenceu-se que o favorecimento de trabalhadores temporários (dekasegi) de origem étnica japonesa vindos do Brasil seria uma solução fácil para o problema.
6O que ninguém esperava, porém, é que, uma vez chegados ao Japão, estes descendentes de japoneses fossem tão brasileiros! Não falavam japonês ou, quando falavam, eram as formas dialectais rústicas que os seus pais tinham levado consigo e que, nas colónias rurais paulistas, tinham sobrevivido muito para além da sua vigência no Japão. Moviam-se de formas soltas e despreocupadas; falavam alto em público; tinham uma relação entre os géneros bem mais igualitária e despreocupada que no Japão; vestiam-se de forma garrida. Por um lado, os japoneses assustavam-se com eles; por outro lado, eles sentiam-se rejeitados e desprezados pelos seus irmãos étnicos maioritários.
- 1 Superiores em média ao salário de um professor catedrático em Portugal hoje!
7Mais ainda: enquanto que muitos deles tinham um capital escolar superior aos dos trabalhadores japoneses que os rodeavam nas fábricas, sendo membros da classe média de um dos territórios mais desenvolvidos da América do Sul, entregavam-lhes aqui os trabalhos mais sujos, degradantes e difíceis – empregos que os autóctones não desejavam realizar. Por muito elevados que fossem os salários1, a adaptação era, no mínimo, humilhante.
8Rapidamente, ocorreu entre eles uma consolidação dos sentimentos de identificação brasileira e uma rejeição da sua inicial propensão para se identificarem como “japoneses”. No Brasil, ser “japonês” era algo que eles não só não podiam evitar como, normalmente, até cultivavam. No Japão, descobriam quão brasileiros eram. A ênfase pública na sua identidade distinta (por exemplo, pelo uso de t-shirts e calças decoradas com a bandeira brasileira) tanto quanto as celebrações do Carnaval, como aquela a que eu assisti, são a forma que estes migrantes adoptam de demonstrar que, se ali não são bem-vindos, isso não é porque não tenham valor.
9Takeyuki Tsuda, um antropólogo nipo-americano, acaba de publicar uma interessantíssima monografia etnográfica sobre estes migrantes. O livro merece a nossa atenção a vários títulos. Em primeiro lugar, trata-se de uma obra cuja investigação envolveu um trabalho quase ciclópico – o autor deslocou-se ao Brasil para conhecer a comunidade “japonesa” e aprender português e, posteriormente, foi para o Japão, onde passou vários meses a trabalhar como empregado de uma linha de montagem onde a maioria dos operários eram nikkeijin. Não só a aprendizagem envolvida foi considerável, como o esforço em termos do confronto com a sua identidade pessoal foi bas-tante violento.
10O trabalho de campo com observação participante envolve sempre algum desafio identitário ao investigador. Neste caso, porém, a sociedade em causa é fortemente marcada por práticas discriminatórias e o próprio investigador está confrontado com alguma ambiguidade identitária pessoal (por ser nipo-americano). Recomendo, pois, a leitura da introdução reflexiva em que o autor descreve o processo de investigação e as dificuldades identitárias a que esteve sujeito. Se bem que, nos dias que passam, muitos de nós já estejam cansados de monografias etnográficas nas quais o autor é o principal agente, no caso presente estamos perante um exercício de considerável qualidade analítica. Já só a dificuldade do percurso justificaria a sua descrição, não fosse o facto de a análise dar importância central aos processos sociopsicológicos da constituição identitária. Como tal, conforme vamos avançando na leitura do livro, percebemos que a nossa apreciação do argumento passa necessariamente por um julgamento sobre a natureza do processo de integração do investigador, como discutirei adiante.
11Neste âmbito, é de notar a utilização que o autor faz do conceito de identity prostitution para descrever esse processo pelo qual o investigador, no curso da observação participante, é obrigado a manipular a sua própria identidade: “Num esforço para demonstrar a minha adesão étnica aos japoneses brasileiros, quando estava com eles distanciava-me dos japoneses, concordando com os comentários críticos e negativos que faziam sobre os japoneses (apesar de eu não acreditar no que dizia). Mais tarde, fazia o mesmo na companhia de japoneses, adoptando uma perspectiva crítica e distanciada para com os nikkeijin brasileiros. Por vezes, sentia um desconforto considerável por causa desta manipulação da minha etnicidade ambígua através da manifestação de diferentes identidades em situações diferentes e da constante comutação de alianças étnicas, dependendo do que era mais conveniente para a minha investigação num dado momento.” (p. 31)
12Ora, para o investigador, esse processo tem implicações emocionais e até identitárias de longo prazo. A forma como Tsuda formula a relação entre self e identidade étnica é particularmente interessante: “Por causa da presença simultânea de ambas as identidades na minha consciência, eu não conseguia mantê-las separadas, o que ameaçava o meu sentimento interior de consistência étnica e fragmentava a minha experiência do self. Etnicamente, sentia-me descentrado e à deriva devido à minha incapacidade para me inscrever exclusivamente num dos grupos étnicos, resolvendo a minha crise identitária.” (p. 31) A natureza fortemente exclusivista da sociedade maioritária japonesa tornou esta experiência particularmente dolorosa no caso deste autor (ele próprio filho de emigrantes, mas cujo prestígio social não terá sido reduzido pela migração como no caso dos “brasileiros”, como insiste variadas vezes …)
13O exemplo é particularmente valioso, não só pela excelente análise que Tsuda faz das implicações psíquicas e identitárias da mutação étnica, como pelas implicações metodológicas gerais que esta discussão tem para toda a antropologia. Será que quem foi obrigado a realizar essa migração fundamental que é a observação participante pode deixar de transportar consigo essa marca? Será que essa marca será da mesma natureza em todos os casos? Ao fim de quase um século de experimentação com esta metodologia, é realmente espantoso quão pouco sabemos sobre a questão! Quantos estudantes percebem que a observação participante, para além de ser uma metodologia sociocientífica, implica um reposicionamento ontológico do próprio investigador que, em toda a probabilidade, nunca mais poderá voltar atrás?
14Para muitos, o impacto da antropologia estava na “quantidade” e não na “qualidade” da diferença. Por isso, houve alguns espíritos apressados que perderam as esperanças na antropologia a partir do momento em que deixaram de existir populações relativamente virgens ao impacto da modernidade (os chamados “primitivos”). Casos como o de Tsuda, porém, mostram a superficialidade e falta de sofisticação dessas visões. Foi até por virtude de estar a fazer trabalho de terreno at home (curiosamente “perto de casa”, já que ele é japonês étnico e migrante) que o investigador se deparou com o conflito radical da alteridade e com a violência psíquica do conflito identitário. Os fatigantes dias, os duros meses que Tsuda passou nessa linha de montagem da Toyama Electric, partilhando o seu quarto com “brasileiros” na residência dos dekasegi, terão sido pelo menos tão descentralizantes quanto o proverbial ano que os mestres dos meados do século xx passavam numa tenda perto do kraal de um qualquer chefe africano.
15Em segundo lugar, o livro endereça um tema muito actual: a relação entre identidade étnica e movimentação migratória e, em especial, as implicações sociais, culturais e psíquicas dos fenómenos de transnacionalidade que caracterizam a nossa época. Por estranho que pareça, a monografia em apreço revela-se particularmente interessante para o caso português, não pela semelhança dos fenómenos de adaptação à migração que estão a ocorrer entre os imigrantes brasileiros e africanos em Portugal, mas pela diferença. Para muitos dos brasileiros que aqui chegam, Portugal também era uma “pátria étnica”, como para os japoneses que voltam ao Japão – só que num sentido muito diverso, até pela própria natureza do processo brasileiro de constituição nacional tal como este ocorreu na primeira metade do século xx, caracterizado por um distanciamento simbólico relativo ao passado português.
16Já para muitos dos imigrantes oriundos dos países africanos de colonização portuguesa – e que, tal como os “brasileiros” do Japão, não se originam nas camadas mais pobres das populações desses países, mas sim em camadas urbanas e, frequentemente, até com algum prestígio social – o confronto com a discriminação étnica a que aqui são sujeitos e o desprestígio do lugar de classe que aqui ocupam têm características por vezes muito semelhantes às que Tsuda identifica.
- 2 Rossan Rocha Reis e Teresa Sales (orgs.), 1999, Cenas do Brasil Migrante, São Paulo, Boitempo.
17Integrando-se plenamente na corrente de “estudos transnacionais” que presentemente faz voga nos Estados Unidos, o autor está particularmente endividado às formulações de Arjun Appadurai (e.g. Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization, 1996) e Aihwa Ong (e.g. Flexible Citizenship: The Cultural Logics of Transnationality, 1999). Apesar do seu conhecimento da literatura sociocientífica brasileira referente à migração japonesa (e.g. Jeffrey Lesser, Negotiating National Identity: Immigrants, Minorities and the Struggle for Ethnicity in Brazil, 1999, e Adriana Capuano de Oliveira, “Repensando a Identidade Dentro da Emigração Dekassegui”,2 1999), é de assinalar que o impacto mais genérico das correntes teóricas dominantes da antropologia brasileira não é patente, o que é de lamentar a vários títulos.
- 3 Trata-se, aliás, de um aspecto que merecia muito mais elaboração à luz de outros exemplos etnográfi (...)
18De um ponto de vista teórico, a força do livro está na forma como o autor procura compreender os fenómenos étnicos e sociais ligados à migração, ao trabalho e à inserção de classe enquanto processos com implicações identitárias e psíquicas. Este esforço é muito louvável, porque permite ultrapassar lógicas essencializantes que dificultariam sobremaneira a compreensão da forte ambiguidade em que o ajustamento identitário ocorre. Estamos, de facto, perante uma situação particularmente complexa, em que pessoas que vêm com uma forte identificação étnica japonesa, se defrontam com uma descida violenta no seu lugar de classe, no seu prestígio individual e na sua condição de “pureza” (já que o discurso sobre pureza étnica acaba por ser central para o argumento).3 No Japão, os “japoneses” do Brasil descobrem enfaticamente que, afinal, são “brasileiros”!
19Assim, o conceito eixo de toda a obra acaba por ser a “contra-identidade étnica” que seria “formada quando grupos minoritários recusam identificar-se com uma cultura dominante avaliada negativamente e, desta forma, enfatizam ou mantêm um sentido de diferença étnica por oposição à sociedade maioritária.” (p. 192) Para o autor seria a adopção de uma “contra-identidade” pelos “japoneses brasileiros” que constituiria o principal empecilho para a tão desejável “assimilação cultural” destes imigrantes (ver o Epílogo em que esta formulação é finalmente explicitada com clareza, pp. 377-396). Já os factos de (a) eles serem dekasegi (isto é, trabalhadores temporários nãosindicalizados sem direitos de residência permanente no país, sem contratos com as empresas onde trabalham, circulando permanentemente entre empresas, habitando residências etnicamente diferenciadas e, em cada lugar de trabalho, usando fardas distintivas) e (b) serem sujeitos a um estigma e a pesados preconceitos (que levam a que os japoneses evitem sistematicamente entrar em contacto com eles durante as horas de trabalho, que não os convidem a participar nas sessões de socialização de empresa tão centrais ao mundo do trabalho japonês, que fujam a falar com eles, que mudem de passeio quando os vêem à distância, que evitem os lugares de banho público por eles frequentados, etc., etc.) – estes factos seriam unicamente o contexto natural em que não ocorre a “assimilação” destes trabalhadores… Nesse processo, o autor escolhe atribuir a agência (no sentido de agency) sempre aos imigrantes.
20A realidade é que, contrariamente ao autor, o leitor português se identifica mais facilmente com as dificuldades de adaptação e com a forma despreocupada e igualitária de ver o mundo dos brasileiros do que com a visão hegemonista japonesa que o autor toma como ponto de referência. O leitor surpreende-se com a força da essencialização racista da diferenciação étnica inscrita em categorias de “pureza” que, no Japão, são vigiadas através de complexos sistemas de controle genealógico (o que permite, por exemplo, que os coreanos aí residentes há muitas gerações continuem a constituir uma espécie de casta, apesar de tanto cultural como racialmente serem completamente indistinguíveis, e.g. p. 395). Assim, as conclusões que vamos retirando dos dados apresentados no livro acabam por ser diferentes das do autor. Até nisso a obra demonstra a sua elevada qualidade.
21Conforme vamos lendo, vamo-nos perguntando porque é que o autor gasta tão longas passagens (e.g. pp. 196-211) a demonstrar que não há “discriminação” contra os nikkeijin, quando nos dá constantemente exemplos de “preconceito”, de “estigma”, de desvalorização identitária, de separação na sociabilidade, de “medo” do estrangeiro (e note-se que, enfaticamente, não estamos perante uma população de migrantes que tenha adoptado hábitos arruaceiros ou a fama deles). Aliás, a palavra “discriminação” é sempre usada entre aspas e frequentemente escrita em português no original: “há uma tendência entre os nikkeijin para fazer julgamentos apressados caracterizando quaisquer desigualdades que observem no local de trabalho como discriminação [Port.] sem terem plenamente em conta com o facto de que essas diferenças de tratamento são motivadas por outros factores para além do puro preconceito étnico.” (p. 207)
22Face aos dados que ele próprio apresenta, estou certo que o autor terá dificuldade em convencer os leitores não japoneses desta sua conclusão. Aliás, conforme o livro vai avançando, há uma outra categoria que se vai tornando mais e mais importante na fina análise da psicodinâmica da etnicidade que o autor realiza (e insisto, tratase de uma das mais sofisticadas análises que conheço): a categoria de passing. Este termo goffmaniano tem a sua exemplificação histórica prototípica na África do Sul do apartheid. Aí, um indivíduo mestiço que, na lotaria genética, tivesse herdado feições mais “brancas”, podia clandestinamente fazer-se passar por branco e, como tal, ser promovido na escala social. Culturalmente, agora, no Japão, um japonês brasileiro que, entre outras coisas, consiga falar japonês sem a mínima inflecção alienígena, que se vista de forma japonesa, que saiba mexer o seu corpo na forma correcta (e insisto que não se trata de algo que possa ser aprendido rapidamente – quantos de nós conseguem passar horas sentados sobre os joelhos num tatami?), etc., pode “passar” por japonês e não terá que se confrontar com as barreiras que impedem a integração social dos outros nikkeijin. No Epílogo, aliás, o autor adopta um tom optimista, dizendo que, devido ao efeito integrador da escola, no futuro, poderá haver até muitos que se integrem, desde que tenham residido no Japão antes da adolescência. Por essa razão, ele conclui que os nikkeijin não virão futuramente a constituir uma casta separada.
23Finalmente, penso que o desconforto que senti com o avanço da leitura se prende com a utilização que é feita dos próprios conceitos psicodinâmicos que me interessaram inicialmente na obra: “contra-identidade”, “identidade difusa”, “resolução identitária”, “desajuste cultural”, “passar”, etc. A diferença entre nós não está, afinal, na caracterização das atitudes dos nikkeijin mas sim na diferente naturalização que atribuímos à cultura maioritária japonesa. Se a presumirmos como inamovível e como um ponto referencial culturalmente legitimante, então, na verdade, é lógico sublinhar o valor adaptativo da assimilação cultural, tal como faz o autor. Em suma, a leitura desta excelente obra deixou-me preocupado com a ideia de que talvez tenhamos dado uma volta de 360 graus, aproximando-nos hoje outra vez do tipo de armadilhas que nos lançou no passado o conceito de “aculturação” (conceito que, aliás, o autor cuidadosamente evita, não se encontrando sequer listado no índice temático).
Notas
1 Superiores em média ao salário de um professor catedrático em Portugal hoje!
2 Rossan Rocha Reis e Teresa Sales (orgs.), 1999, Cenas do Brasil Migrante, São Paulo, Boitempo.
3 Trata-se, aliás, de um aspecto que merecia muito mais elaboração à luz de outros exemplos etnográficos asiáticos.
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Referência do documento impresso
João de Pina Cabral, «Takeyuki Tsuda. Strangers in the Ethnic Homeland: Japanese Brazilian Return Migration in Transnational Perspective», Etnográfica, vol. 8 (2) | 2004, 402-406.
Referência eletrónica
João de Pina Cabral, «Takeyuki Tsuda. Strangers in the Ethnic Homeland: Japanese Brazilian Return Migration in Transnational Perspective», Etnográfica [Online], vol. 8 (2) | 2004, posto online no dia 21 agosto 2016, consultado o 17 abril 2024. URL: http://journals.openedition.org/etnografica/3478; DOI: https://doi.org/10.4000/etnografica.3478
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