N° 13, maio de 2026 – « Os intermediários na relação de trabalho nas sociedades escravistas e pós-escravistas, do século XV aos nossos dias »
Editor científico
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Alessandro Stanziani, CNRS-EHESS
Argumento
Dentro do amplo problema do trabalho constrangido e forçado, os intermediários, situados na interseção dos status de livre, escravo ou engagé, desempenham um papel central, apesar de ter sido relativamente negligenciado pela historiografia.
Este número propõe apresentar suas situações na longa duração, desde o tempo do trato até o pós-escravismo. Nas sociedades escravistas, trata-se, por exemplo, de entender o papel dos feitores de plantação. Sendo eles próprios escravos durante a escravidão, feitores e por vezes recrutadores depois da Abolição, esses intermediários na cadeia do comando das relações de trabalho constrangidas foram indispensáveis para o funcionamento do sistema escravista e pós-escravista. Qual era o seu papel ? Eram eles agentes da coerção ou de proteção dos trabalhadores ?
Obviamente, essas relações extravasam o quadro da plantação ; os intermediários também desempenharam um papel importante nas relações familiares (por exemplo, as amas), nas atividades urbanas e comerciais (escravos/as ganhadores/ganhadeiras, vendedores/as ambulantes). Estas perguntas devem ser situadas no tempo – do trato ao pós-escravismo – e no espaço (Américas, África, Oceano Índico, Eurasia…) para podermos identificar as especificidades dos/as feitores/as no seio de plantações remetendo para áreas geográficas e períodos distintos.
Pretende-se também verificar a maneira pela qual, a seguir as abolições da escravidão, o papel desses feitores-intermediários mudou segundo a região, o tipo de cultura (algodão, açúcar, café, etc.), as técnicas de produção (trabalho agrícola ou nas fábricas) ou o tipo de atividade (comércio, trabalho doméstico). Estes elementos condicionariam igualmente os fatores de raça e de género dos/as trabalhadores/as e as atitudes dos próprios feitores definidas pela raça e o género ? De que maneira ?
A montante da plantação, o papel dos intermediários foi também central no trato dos seres humanos escravizados, relativamente bem documentado desde o princípio da época moderna. No seio do trato atlântico, transaariano, no Oceano Índico, no Mediterrâneo e na Eurasia, várias potências interviram, recorrendo a um pessoal local (recrutadores, línguas, feitores…) que precisam ser identificados e acompanhados durante toda a « travessia do meio » ou da deportação até o lugar de trabalho. A jusante, depois da abolição da escravidão, nas diferentes áreas mencionadas, estes indivíduos foram por vezes encarregados do trabalho e supervisão dos trabalhadores.
Modalidades de submissão
Os artigos (45.000 caracteres no máximo, espaços incluídos, bibliografia incluída) devem ser submetidos em francês, inglês, espanhol ou português, antes do 1o de março de 2025 à ciresc.redaction@cnrs.fr.
Têm de ser acompanhados por uma síntese de 3.600 caracteres no máximo espaços incluídos. A lista completa das recomendações às/aos autoras/es está disponível aqui. Os artigos serão então submetidos ao processo de avaliação por pares (peer review), em duplo cego.
Para os artigos aceitados, as versões definitivas têm de ser prontas para o 1o de dezembro de 2025.
Referências seletivas
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